16. Punição de Roland
Ano: 2008
Torneio: Roland Garros
Final
Adversário: Roger Federer
Pontuação: 6-1, 6-3, 6-0
Não é surpreendente encontrar aqui múltiplas vitórias de Rafael Nadal contra Roger Federer. Primeiro porque apresenta um registo favorável frente ao rival suíço (24-16). Depois porque algumas dessas vitórias continuam sendo as mais significativas de toda a sua carreira, principalmente na primeira parte. A final de Roland-Garros em 2008 é obviamente uma das mais memoráveis. Um açougue. Quatro jogos perdidos, símbolo da supremacia total do maiorquino no saibro.
Este é o quarto ano consecutivo que Nadal vence Federer em Porte d’Auteuil. Mas por mais que em 2005 (semifinal), 2006 e 2007 (final) tenha havido uma partida, aí a diferença é abismal entre os dois jogadores. Federer passa por uma das piores correções de sua vida. Isso deixará uma marca tão grande no nível psicológico que, quando os dois homens se encontrarem quatro semanas depois na final de Wimbledon, o estigma pesará no início do duelo em Londres. Mas isso é outra história.
17. Grand Slam de carreira
Ano: 2010
Torneio: Aberto dos EUA
Final
Adversário: Novak Djokovic
Pontuação: 6-4, 5-7, 6-4, 6-2
Rafael Nadal ainda soma quatro títulos no Aberto dos Estados Unidos nos anos 2010, no início da década (2010), no final (2019) e no meio (2013 e 2017). A primeira das suas quatro coroas nova-iorquinas não é a menos importante, pois permite-lhe não só completar o primeiro Petit Slam da sua carreira, mas também e sobretudo completar a sua colecção de Grand Slam.
Depois de conquistar Wimbledon (2008, 2010) e o Aberto da Austrália (2009) para acompanhar os cinco títulos em Paris, ele ainda sente falta de uma vitória no Aberto dos Estados Unidos. Ele enfrenta a outra estrela em ascensão, Novak Djokovic, em Flushing. Sua primeira final conjunta de Grand Slam. Alguns outros se seguirão… Mas o sérvio ainda não está pronto. O canhoto de Manacor vence em quatro sets e se torna, aos 24 anos e 3 meses, o jogador mais jovem da era Open a completar o Grand Slam na carreira.
18. Joias latinas
Ano: 2018
Torneio: Wimbledon
Quartas de final
Adversário: Juan Martín Del Potro
Pontuação: 7-5, 6-7, 4-6, 6-4, 6-4
Pobre Juan Martin Del Potro, infeliz herói de tantas lutas heróicas… Esta foi até uma pura joia do tênis. Assim que terminou, Simona Halep descreveu-o como “o par mais lindo que ela já viu“. Distraídos pela semifinal da Copa do Mundo entre Inglaterra e Croácia, que acontecia ao mesmo tempo, jornalistas e espectadores locais também acabaram se concentrando neste jogo fascinante, cuja beleza selvagem e brutalidade às vezes beiram o sublime.
Coincidência preocupante, Nadal acabou vencendo em 4h48, mesma duração da lendária final contra Federer, dez anos antes, na mesma quadra central. Porém, ele poderia ter sido mais rápido se não tivesse perdido quatro bolas consecutivas em 2 sets a zero. Atrás, ele é torturado pelo argentino que sacou seu melhor gatilho de forehand para a ocasião. O espanhol talvez também esteja bem porque “Del Po” está um pouco embotado por uma maratona anterior contra Gilles Simon. Mas também graças a um plano de jogo extremamente ofensivo: 47 subidas à rede, incluindo um saque-voleio vencedor no match point, ao final do qual cruzou a quadra para pegar o adversário, que estava no chão. Gigantes!
19. A Copa Davis como reveladora
Ano: 2004
Torneio: Copa Davis
Final
Oponente: Andy Roddick
Pontuação: 6-7, 6-2, 7-6, 6-2
O primeiro grande título da carreira de “Rafa” não foi Roland-Garros 2005, mas a Copa Davis, seis meses antes. Teve um papel importante na conquista do Silver Saladier, nomeadamente na final, onde enfrentou o número 2 do mundo, Andy Roddick, no primeiro dia. Claro que o americano não é terráqueo, mas Nadal tem 18 anos e é a primeira vez que sofre tanta pressão. O que é mais importante na Copa Davis, onde o peso das apostas pode enterrar alguns. O teste é grande. Ele passa com louvor.
“Não é uma questão de idade. Você tem ou não.” Carisma. Talento. Caráter. As palavras foram de Andy Roddick às vésperas do confronto. Rafa, ele tem. Venceu em quatro sets e contribuiu para a vitória final de seu time. Nervoso, sem dúvida estava, mas o a excitação e a emoção, longe de inibi-lo, transcenderam-no. Começamos a dizer que, muito rapidamente, teremos, sem dúvida, de contar com ele…
20. A luta incrível
Ano: 2006
Torneio: Roland Garros
3ª rodada
Oponente: Paul-Henri Mathieu
Pontuação: 5-7, 6-4, 6-4, 6-4
Talvez as oitavas de final mais intensas e inesquecíveis da carreira de Rafael Nadal. Em Roland-Garros, sem dúvida. Ele se prepara para comemorar 20 anos e já é titular em Paris. Na terra, ele já parece intocável. Para Paul-Henri Mathieu, o desafio é imenso sob o sol de Chatrier. Ele devolverá golpe por golpe ao Rei da Espanha por… 4h53. A partida mais longa da história fora de cinco sets. Tudo sem tie-break… Imagine se essa partida tivesse terminado em 12 a 10 no 5º set…
Tem o placar, a duração, mas além disso, há sobretudo a lembrança de uma luta incrível. O congresso internacional de blocos de concreto, constantemente lançados dos dois lados. Neste jogo, o PHM vai decolar primeiro, arrebatando o primeiro set (em uma hora e meia!). Ele nunca afundará ou mesmo emperrará fisicamente. Mas basta parar um pouco para Nadal recuperar a vantagem. E no final, na terra, é Nadal quem vence… No seu estilo brutal, este jogo é uma verdadeira obra-prima. Um monumento.