Senadores e deputados chegaram a acordo, quarta-feira, 27 de novembro, sobre um compromisso relativo ao orçamento da Segurança Social para 2025, abrindo caminho à sua adoção sem votação com recurso ao artigo 49.3, na próxima segunda-feira na Assembleia Nacional, segundo fontes parlamentares citadas pela Agência France-Presse (AFP).
O texto resultante da comissão mista, após mais de sete horas de negociações, prevê, nomeadamente, uma redução das reduções das contribuições patronais de 1,6 mil milhões de euros, medida combatida até ao fim pelo Ensemble pour la République (EPR), principal componente da a coligação governamental no Palais-Bourbon, que viu isso como uma renúncia a sete anos de política do lado da oferta.
Destacando que estas reduções se multiplicaram nos últimos anos para se aproximarem dos 80 mil milhões de euros, o governo tinha proposto inicialmente um esforço de 4 mil milhões de euros para os empregadores, reduzido para 3 mil milhões de euros na versão do texto aprovado terça-feira no Senado.
Foi também adotada uma medida para aumentar as pensões em 2025 abaixo da inflação para mais de metade dos beneficiários, à qual o RN se opõe veementemente. O compromisso alcançado pelos republicanos e pelo governo, que os parlamentares tomaram nota, prevê indexar as pensões a metade da inflação a partir de 1er janeiro (+0,8%), com acréscimo de 1er Julho atingirá +1,6%, para pensões inferiores a 1.500 euros brutos.
Imposto sobre bebidas açucaradas
Durante os seus debates, os parlamentares rejeitaram uma medida aprovada no Senado que visa fazer com que os trabalhadores trabalhem sem remuneração durante mais sete horas por ano para financiar o sector da deficiência e da velhice. Por outro lado, confirmaram o aumento do imposto sobre as bebidas açucaradas, mas rejeitaram um aumento mais rápido do que o esperado no preço de um maço de cigarros.
Na sua cópia inicial, o governo previa um défice no orçamento da Segurança Social de 16 mil milhões de euros, que é onerado por este compromisso parlamentar.
Ainda antes da conclusão do CMP, o presidente da comissão de assuntos sociais da Assembleia, Frédéric Valletoux (Horizontes), tinha mencionado à AFP um “orçamento de transição” quem não é “nem ambicioso nem glorioso”. A deputada do EPR, Stéphanie Rist, descreveu-o como um orçamento “equilibrado e responsável”.
Esta versão do projeto de lei de financiamento da Segurança Social será submetida à votação final de deputados e senadores, mas é sobretudo o último obstáculo na Assembleia que poderá deixar o executivo e muito mais tonto. Praticamente condenado a usar o seu primeiro 49,3 na Câmara Baixa na segunda-feira e a enfrentar uma moção de censura em resposta durante a semana, o primeiro-ministro, Michel Barnier, soou o alarme sobre “a tempestade” que uma queda do governo desencadearia, principalmente nos mercados financeiros.