Michel Barnier declarou, numa entrevista publicada online por Le Fígaroquinta-feira, 28 de novembro, tendo decidido não “aumentar impostos sobre eletricidade” na lei de finanças para 2025, atualmente em debate no Parlamento e que o Primeiro-Ministro poderia adotar ativando o artigo 49.3 da Constituição.
“ Decidi não aumentar os impostos sobre a eletricidade na conta financeira de 2025disse Barnier em trecho da entrevista transmitida pelo diário. Isto permitirá uma redução dos preços da eletricidade de 14%, o que irá, portanto, muito além da redução de 9% inicialmente prevista. ». O chefe de governo acede assim a uma das principais reivindicações de Marine Le Pen, com quem se encontrou em Matignon como presidente do grupo parlamentar do Rally Nacional na segunda-feira.
O representante do partido de extrema-direita tinha, nesta ocasião, exigido nomeadamente esta semana “compromissos claros e firmes para abandonar os 3 mil milhões de euros em aumentos nos preços da eletricidade [au budget de l’Etat], o abandono do desreembolso de novos medicamentos e a desindexação das pensões”ameaçando de outra forma derrubar o governo. “ Seja na minha maioria ou nos líderes da oposição que recebi: quase todos me pediram para evoluir », declarou Michel Barnier em Fígaro.
Há vários dias que aumenta a pressão sobre o governo, ameaçado de censura na Assembleia Nacional, num cenário de discussões orçamentais estagnadas. O Ministro da Economia e Finanças, Antoine Armand, afirmou, já na manhã de quinta-feira, que estava preparado para fazer “concessões” nos textos orçamentais, a fim de evitar ” tempestade “ económico-financeiro que resultaria, segundo ele, da queda do governo sem orçamento.
“Quaisquer que sejam as diferenças de valores que tenhamos, hoje estamos perante uma situação gravíssima para o país. O primeiro-ministro falou em “tempestade”. Não é uma palavra escolhida ao acaso, é uma palavra que tem ressonância financeira, económica e orçamental, e estamos obviamente dispostos a fazer concessões para evitar esta tempestade.declarou Armand na BFM-TV e RMC, dois dias após o alarme soado pelo primeiro-ministro, Michel Barnier, às “20h00” na TF1.
O ministro já tinha mencionado o imposto sobre a electricidade, considera-se o aumento previsto na proposta de orçamento do governo “inadmissível” pelo Rally Nacional (RN). Os deputados do RN podem votar uma moção de censura, com seu contingente de 140 deputados (incluindo seus dezesseis aliados do grupo de Eric Ciotti).
Este imposto, que é uma das principais disposições do projecto de orçamento, autoriza o governo a elevar a tributação para um nível superior ao que vigorava antes do escudo tarifário contra a inflação. Prevê-se que arrecadará 3,4 mil milhões de euros. Enquanto o governo destaca uma redução de 9% na fatura de eletricidade francesa, graças à queda dos preços grossistas no mercado, o RN defende que seria ainda maior sem este aumento.
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Quinta-feira, Antoine Armand alertou todos os grupos tentados pela votação de uma moção de censura, enquanto os partidos de esquerda aliados na Nova Frente Popular (NFP) – PS, LFI, PCF e Ecologistas – prometeram apresentar uma assim que o Primeiro-Ministro faz uso do artigo 49.3 da Constituição para permitir a aprovação do orçamento do Estado e/ou da Segurança Social no Hemiciclo.