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a queda do rublo acelera, para o nível mais baixo em dois anos

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Vladimir Putin, na cimeira da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, em Astana, Cazaquistão, 28 de novembro de 2024.

Vladimir Putin declarou: diante da queda repentina e acentuada do rublo, “a situação está sob controle; não há razão para pânico”garantiu o chefe do Kremlin na quinta-feira, 28 de novembro. Se a moeda se aproximasse dos limiares simbólicos de 110 rublos por 1 dólar e 115 rublos por 1 euro, isso seria apenas o resultado de “muitos fatores sazonais” – inflação, pagamentos ao orçamento, preços mundiais do petróleo, etc. A última vez que caiu foi em março de 2022, logo após o início da “operação militar especial” do Kremlin na Ucrânia e das primeiras sanções ocidentais contra Moscovo. Por trás das garantias presidenciais, esta queda do rublo revela, de facto, diversas realidades, que minam a economia, vencida pela inflação, ameaçada de sobreaquecimento e assolada por incertezas.

Para a economia de guerra em que a Rússia se tornou – o complexo militar-industrial é agora o seu principal motor de crescimento – esta queda do rublo é, a priori, uma boa notícia. Aumenta, pelo menos aparentemente, as receitas provenientes das exportações de matérias-primas, que ainda são principalmente denominadas em dólares.

Estas exportações geram mais rublos petroquímicos, sendo os dólares provenientes destas vendas convertidos em rublos. O orçamento federal é fortalecido. Uma prioridade para o governo, uma vez que o Parlamento acaba de aprovar o seu orçamento para 2025-2027, com um aumento de 30% nas despesas para as forças de defesa e segurança. Em 2025, a Rússia planeia dedicar o montante recorde de 13,5 biliões de rublos (cerca de 118 mil milhões de euros), ou 6,31% do seu PIB. Aos olhos do Kremlin, o conflito na Ucrânia e contra o Ocidente faz parte do longo prazo.

Deficiências estruturais antigas

Mas o Ocidente continua a impor novas sanções. Os Estados Unidos acabaram de visar cinquenta bancos russos, incluindo o Gazprombank – um dos braços bancários do Kremlin – que até agora tinha sido autorizado a processar pagamentos de exportações de gás para a Europa. Foi um dos poucos canais de pagamento. Haverá, portanto, agora menos fluxos de divisas e de capitais estrangeiros para a Rússia: daí, em parte, a queda do rublo e, além disso, a preocupação dos actores económicos.

Mesmo que a Rússia, agora o país mais sancionado do mundo, tenha demonstrado, durante quase três anos, a sua resiliência e a sua capacidade de adaptação, é ultrapassada pelas suas antigas desvantagens estruturais. E, tal como as medidas contra o Gazprombank, as sanções que separam a Rússia do Ocidente puderam gradualmente fazer-se sentir.

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