Quinta-feira, 28 de novembro, na sala de recepção do campanário de Montrouge (Val-de-Marne), gendarmes, bombeiros ou policiais à paisana sentados em mesas altas aguardam a visita dos industriais. Os sinais colocados perto deles detalham as suas necessidades – luta anti-drone, sistemas de comunicação, aquisição de inteligência, cibersegurança… Na sua quarta edição, a exposição AGIR (Apoio da gendarmaria da inovação, indústria e investigação), testemunha o irresistível – e por vezes preocupante – o aumento da alta tecnologia no domínio da segurança interna. Desde a primeira edição da feira, em 2021, o número de empresas do setor presentes aumentou de 110 para quase 500.
Tal como acontece com o speed dating, cada profissional tem um quarto de hora para convencer um “portador da necessidade” que ele tem uma solução adequada ou é capaz de desenvolvê-la. Os encontros, pontuados por um sabir que mistura inglês comercial e jargão de segurança, dizem respeito a um amplo espectro de necessidades, desde a compostagem de resíduos orgânicos para cantinas até software de altíssima tecnologia destinado ao processamento massivo de dados digitais. “Por outro lado, não acertamos no final do dia”especifica o tenente-coronel Mikaël Petit, assessor de inovação/transformação do centro de estratégia da Direção Geral da Gendarmaria Nacional e chefão do espetáculo. Após um contato inicial, um processo de definição precisa de necessidades e colaboração se estende por vários meses antes que o produto acabado seja validado e colocado em serviço.
As empresas presentes, por vezes start-ups, constituem o alvo central das parcerias almejadas pelos serviços de segurança e emergência pela importância assumida pelas tecnologias “duplas”cuja utilização diz respeito tanto à segurança ou à defesa como a questões civis. Os drones são um excelente exemplo. Embora haja poucas probabilidades de os criminosos conseguirem utilizar um dispositivo voador de tipo militar, já foi observada a utilização de drones civis para fins ofensivos ou de inteligência, para entregar drogas atrás dos muros de uma prisão ou para escrutinar os movimentos de uma prisão. concorrentes do narcotráfico. No entanto, em quase todos os casos, drones adquiridos comercialmente são utilizados para atingir tais fins. “Daí a importância de conhecer este ecossistema e encontrar rapidamente uma solução para uma necessidade operacional”especifica ainda o Tenente-Coronel Petit.
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