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No Brasil, a restauração da “mata atlântica” começa a dar frutos

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CARTA DO RIO DE JANEIRO

Um macaco descansa em uma placa de orientação perto da Vista Chinesa

Agachado no chão, Miguel Bezerra, de 10 anos, coloca delicadamente uma muda de Quaresmeirauma grande árvore com flores roxas, num buraco de 60 centímetros de profundidade que ele cobre cuidadosamente com terra com as mãos. Assim que a árvore crescer, “Isso ajudará a atrair animais!” »diz com orgulho o menino de óculos azuis retangulares para o pai que o acompanha.

Assim como Miguel, cerca de trinta crianças de uma escola localizada a cerca de quinze minutos de distância vieram, nesta manhã ensolarada, com seus pais e professores, participar do reflorestamento de um pequeno morro na zona oeste do Rio de Janeiro organizado pela Refloresta Rio. (“Reboise Rio”). Lançado pela prefeitura em 1986, tem como objetivo resgatar o bioma que outrora cobria integralmente a cidade: a “Mata Atlântica”.

Esta vasta floresta tropical, que abriga cerca de 20.000 espécies de plantas, incluindo 8.000 endêmicas, além de 850 espécies de aves, 370 de anfíbios, 200 de répteis, 350 de peixes e 270 de mamíferos, incluindo a onça-pintada, o puma e numerosos macacos, que já cobriram todo o litoral brasileiro, ou aproximadamente 15% do território do país (1.306 421 quilômetros quadrados). Mas, a partir da chegada dos colonizadores portugueses, no século XVIe século, foi gradualmente destruído em favor da exploração madeireira, das culturas agrícolas e, mais recentemente, da expansão urbana.

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“Este é o bioma mais degradado do Brasil”diz Jeronimo Sansevero, professor assistente do Instituto Florestal da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Hoje, restam apenas 24% da floresta original, segundo dados oficiais. E 70% da população brasileira vive em regiões que já foram abrangidas por ela.

Mais floresta restaurada do que destruída

No Rio de Janeiro, a restauração da mata atlântica buscou inicialmente prevenir tragédias ligadas ao desmatamento. Na década de 1980, a perda da cobertura vegetal dos morros que embelezam a cidade, em favor de construções informais e de desenvolvimento anárquico, fez com que “numerosos deslizamentos de terra durante as chuvas, destruindo casas precárias e causando a morte de muitas pessoas”explica Camila de Souza da Rocha, 38 anos, que organiza as ações de reflorestamento do Reforesta Rio, que já possibilitou o reflorestamento de 3,5 mil hectares.

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