CRÔNICA – Face aos riscos que a crise financeira representa para a França e a Europa num período de extrema tensão internacional, só podemos ficar impressionados com a irresponsabilidade da classe política francesa.
A França vive uma situação sem precedentes desde 1958. Perdeu o controlo das suas finanças públicas, com um défice que atingirá 6,2% do PIB em 2024, quando estava previsto em 4,4% do PIB. A dívida atingirá 3.300 mil milhões de euros no final do ano, ou 113% do PIB. A economia está agora paralisada, o desemprego está a aumentar e os investidores estão a afastar-se maciçamente do nosso país. Acima de tudo, numa situação sem precedentes desde Maio de 1968, as instituições mergulharam no caos e o Estado demonstrou a sua incapacidade para cumprir as suas missões essenciais.
Michel Barnier, durante o seu discurso de política geral de 1 de outubro, fixou o objetivo de reduzir o défice público para 5% do PIB em 2025 e 3% do PIB em 2029. A lei financeira previa um esforço sem precedentes de 60 mil milhões de euros em 2025. Mas, ao contrário do que foi anunciado inicialmente, não se comprometeu com nenhuma redução efetiva dos 1.600 mil milhões de despesas públicas e previu mais de 30 mil milhões de aumentos…