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Perante o excesso de turismo, Noruega quer implementar uma taxa turística

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A ilha de Vaeroy, parte das Ilhas Lofoten, no norte da Noruega, em junho de 2018.

As Ilhas Lofoten, as suas paisagens deslumbrantes, o seu mar cristalino e… os seus excrementos humanos. Em julho de 2023, voluntários recolheram nada menos que 40 litros, abandonados por caminhantes, nos parques naturais do arquipélago, localizados a norte do Círculo Polar. E esta é apenas uma pequena amostra das consequências do boom do turismo em certas regiões da Noruega, das quais os residentes se queixam: autocaravanas estacionadas ao acaso, sujidade deixada pelos campistas, ecossistemas postos em risco…

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Para remediar esta situação, a Ministra do Comércio, Cecilie Myrseth, acaba de propor a criação de uma taxa turística. O seu valor poderá ser decidido pelos municípios, no limite de 5% do preço do alojamento. Segundo o ministro, se todos os municípios a tivessem imposto em 2023, teriam arrecadado em conjunto 1,5 mil milhões de coroas (130 milhões de euros) ao longo do ano. Uma soma que poderia ser usada “para ajudar a financiar bens públicos utilizados por turistas e habitantes locais”disse M.meu Myrseth.

Dois fenómenos, em particular, contribuíram para a nova popularidade da Noruega: a caça à aurora boreal, que atrai turistas de todo o mundo no inverno, e as “coolcations” no verão, para veranistas em busca de frescura. A fraqueza da coroa norueguesa apenas acelerou o movimento.

Pressão em algumas regiões

Embora os números ainda permaneçam modestos – 5,65 milhões de visitantes estrangeiros em 2023 – continuam a aumentar. Acima de tudo, a pressão está concentrada em algumas regiões. As Ilhas Lofoten, por exemplo, onde no verão cerca de 4.000 pessoas por dia sobem a montanha Reinebringen, que oferece vistas deslumbrantes dos fiordes, os icônicos vales glaciais. Mas também Tromso, um município de 78 mil habitantes, onde enormes navios de cruzeiro, como o Rainha Maria 2 (2.600 passageiros), que esteve lá no dia 6 de novembro.

De acordo com a Associação Norueguesa de Hotéis, no entanto, a taxa turística proposta pelo governo não vai resolver nada. Acima de tudo, corre o risco de penalizar os noruegueses, fonte de dois terços das reservas em hotéis e outras formas de alojamento. Segundo Kristin Krohn Devold, diretora da associação, os problemas causados ​​pelo excesso de turismo “poderia ter sido abordada através de medidas específicas, como uma taxa de aterragem para cruzeiros, regras mais rigorosas para o estacionamento de autocaravanas ao longo da rota, aumento das taxas de estacionamento e casas de banho pagas”.

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