O presidente do grupo RN na Assembleia Nacional denuncia em entrevista ao La Tribune a atitude do primeiro-ministro para com ela, e insta-o a “negociar” o orçamento com ela, garantindo que ela continue “construtiva”.
Censura do primeiro-ministro Michel Barnier “não é inevitável” se ele “concorda em negociar” com o Comício Nacional sobre os textos orçamentais, garante Marine Le Pen em entrevista ao Tribune no domingo, onde afirma “permaneça construtivo”.
O chefe do governo “vem de uma família política que tem 47 deputados. Normalmente, isso deve levar à discussão!”estima a patroa do RN, que mantém a ameaça de votar pela censura na próxima semana ao orçamento da Segurança Social caso não obtenha novas concessões.
Se o Primeiro-Ministro se recusasse a negociar com o RN, ele próprio assumiria a responsabilidade “a decisão de desencadear a censura”alerta Marine Le Pen nesta entrevista, no momento em que a Assembleia Nacional é convocada para votar na segunda-feira o projeto de lei de financiamento da Segurança Social (PLFSS).
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Sem maioria, Michel Barnier poderia ativar o artigo 49.3 da Constituição, que permite a aprovação sem votação, mas expõe o governo a uma moção de censura. Isto seria submetido à Assembleia para votação não antes de quarta-feira, e se o RN somasse os seus votos aos da esquerda, o governo cairia.
Marine Le Pen diz que continua “construtiva”
A dirigente da Assembleia Nacional, que endureceu o tom contra o governo na última semana, nega ter dado um ultimato ao primeiro-ministro até segunda-feira e garante que permanecerá “construtivo”lamentando que o chefe do governo não tenha contactado mais rapidamente o RN para preparar o seu orçamento para 2025.
Recebida na segunda-feira passada pela primeira vez em Matignon, Marine Le Pen sublinha que se o seu partido não quisesse “participar no desenvolvimento de um orçamento”ela teria “o primeiro-ministro foi censurado na sua nomeação”.
Ela afirma ter “desenhado apenas 10% das medições” do contra-orçamento apresentado pelo Rally Nacional “tornar-lhes linhas vermelhas, nomeadamente eliminações de impostos ou taxas com, em troca, novas receitas, uma vez que obviamente não queremos agravar o défice”.
Acreditando que as linhas vermelhas do RN permanecem “razoável”ela diz que está envergonhada pelo governo que “dá com a mão direita o que recebe com a mão esquerda”estimando que a sua redução no imposto sobre a electricidade é compensada no orçamento por um aumento no preço do gás.
“Tenho eleitores, que têm direito a ser ouvidos e que fizeram do meu movimento o primeiro grupo na Assembleia Nacional”insiste Marine Le Pen, que não pede a demissão do Presidente Emmanuel Macron, ao contrário da esquerda ou mesmo do LR Jean-François Copé. “A decisão é dele e de mais ninguém”ela enfatiza.