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Na Argentina, justiça prende brasileiros condenados pelo assalto às sedes dos três poderes em Brasília, em 2023

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Apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram a sede do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.

Dezenas de brasileiros perseguidos em seu país por terem participado de uma tentativa de golpe em Brasília em janeiro de 2023, em apoio ao presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, acreditavam que encontrariam refúgio na Argentina de Javier Milei. Mas, desde meados de novembro, quatro deles foram presos neste país a pedido da justiça brasileira, confirmou ao Mundo uma fonte judicial. As prisões ocorreram durante uma fiscalização rodoviária, procedimentos administrativos com serviços de migração ou mesmo uma tentativa de fuga para o Chile.

No total, a justiça argentina ordenou a prisão de 61 cidadãos brasileiros em solo argentino; a maioria das ordens de prisão foi emitida em 12 de novembro. Este pedido do juiz federal Daniel Rafecas seguiu um pedido do Supremo Tribunal Federal em outubro. Segundo a fonte judicial, eles “todos foram condenados” pela Justiça brasileira por ter participado, em 8 de janeiro de 2023, do assalto às sedes dos três poderes – palácio presidencial, Congresso e Supremo Tribunal Federal – em Brasília.

Milhares de manifestantes, apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (2019-2023), contestaram então a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e denunciaram supostas fraudes eleitorais. Mais de 2.000 pessoas foram presas. Em setembro de 2023, começaram a ser proferidas penas pesadas, com penas de até dezessete anos de prisão. No dia 21 de novembro, a Polícia Federal solicitou o indiciamento de Jair Bolsonaro. É suspeito de ter participado na organização de uma tentativa de golpe com o objetivo de manter o poder.

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Serão estas detenções um sinal diplomático de apaziguamento enviado por Buenos Aires ao seu vizinho brasileiro, no contexto das tensas relações entre Lula e Milei? Este último não esconde as afinidades com Jair Bolsonaro e o seu ex-chefe de campanha, Fernando Cerimedo – que também trabalhou na campanha de Jair Bolsonaro em 2022 – faz parte de um grupo de outras 36 personalidades acusadas pela polícia brasileira de terem participado nos acontecimentos de Brasília.

“Executores”

“Eles estão sob a jurisdição da justiça que atua de forma independente, não do governo”sublinha Martin Schapiro, ex-subsecretário de Assuntos Internacionais sob a presidência de Alberto Fernández (2019-2023). Os pedidos de prisão para extradição são uma etapa de um processo legal que pode levar até seis anos, segundo Martin Schapiro. Depois vem uma decisão de extradição que é política, porque é assinada pelo Ministério das Relações Exteriores. “Até lá, certamente já terão havido eleições [présidentielles] na Argentina e no Brasil! Por enquanto, o momento é o da justiça”observa o Sr. Schapiro.

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