A Assembleia Nacional aprovou na terça-feira por unanimidade um projeto de lei transpartidário que visa criar até 2030 um centro hospitalar universitário (CHU) na Córsega, a última região de França ainda privada de tal estrutura.
Atualmente, devido à falta de um hospital universitário na ilha, milhares de pacientes são obrigados todos os anos a procurar tratamento no continente, o que acarreta custos adicionais e “perda de oportunidade” para determinados pacientes, argumentou o relator do texto, o deputado pela Córsega do Sul Paul-André Colombani (Liot), ele próprio médico.
A Córsega tem hoje dois hospitais principais, em Ajaccio e Bastia, mas apenas quatro ou cinco setores de especialidades médicas dos 40 necessários para obter a aprovação como CHU, explicou Colombani à AFP.
A criação de um hospital universitário permitiria também que os futuros médicos corsos se formassem inteiramente na ilha, o que os encorajaria a exercer aí, nomeadamente os especialistas, continuou.
O projecto de lei foi aprovado em primeira leitura por 142 votos a um, e a deputada em questão indicou posteriormente que estava errada e que queria votar a favor.
Esta reforma é uma “demanda (…) sustentada há muito pela família nacionalista na Córsega” e é objecto de um “consenso total entre a população, as associações, a universidade, os profissionais de saúde e os representantes eleitos da ilha” , argumentou ele no hemiciclo.
Consenso na Assembleia Nacional, o texto tem boas chances de ser aprovado nos mesmos termos no Senado, garante Colombani.
“A criação de um hospital universitário não é a única solução”, disse o Ministro do Ensino Superior e Investigação, Patrick Hetzel, aos deputados na terça-feira. Esta “via legítima” só terá sucesso no “médio prazo”, acrescentou, sublinhando que entretanto é necessário sobretudo “facilitar os percursos formativos dos estudantes” em medicina.