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Os imperativos da descarbonização presos entre os objetivos globais e a relutância local

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Um manifestante segura uma placa “Nem A69 nem LGV” durante uma manifestação contra o projeto da autoestrada A69 que liga Toulouse à cidade de Castres, em Toulouse (Haute-Garonne), em 21 de abril de 2024.

Ddomingo, 20 de outubro, depois de um fim de semana de ações contra “várias empresas ligadas ao projecto das futuras linhas de alta velocidade (LGV) no Sudoeste, alvo de esvaziamento de extintores cheios de tinta e outros pequenos desarmamentos jocosos”o coletivo Earth Uprising saudou a mobilização. Entre estes opositores que denunciam a artificialização de 4.800 hectares e aqueles que sublinham a importância do comboio para abrandar o avião entre Paris e Toulouse ou o País Basco, o debate é acirrado. Poderia até dividir a esfera ambientalista. E, em última análise, parecem completamente incompreensíveis para a maioria dos franceses.

Este projecto e o seu conjunto de controvérsias, no entanto, ilustram perfeitamente a armadilha em que as políticas ambientais podem cair: a divisão entre o nível global e as preocupações locais. Em artigo publicado pela revista Sustentabilidade da Naturezano dia 8 de outubro, vários pesquisadores destacam a multiplicação de “disputas ligadas à injustiça da transição”. Segundo eles, o caminho para “Sociedades de baixo carbono criarão vencedores e perdedores, levantando novas questões”.

Pense na aceitabilidade

Os cientistas multiplicam os exemplos em que projetos, certamente virtuosos do ponto de vista climático, encontram a ira dos “nimbies”, dos “Não no meu quintal” (“não no meu jardim”). Assim, em 2010, o governo norueguês concedeu licenças para o desenvolvimento de dois parques eólicos na Península de Fosen. Os Sami, pastores de renas desta área, tomaram medidas legais. O Supremo Tribunal norueguês decidiu a seu favor em nome do direito à sua cultura histórica.

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Os autores do artigo propõem uma primeira tipologia de oposições locais. Segundo eles, estas são alimentadas pela necessidade de justiça, seja “redistributivo, processual ou de reconhecimento”. Às vezes, os moradores, ao verem chegar as multinacionais, querem receber parte dos lucros. Na Austrália, os residentes que moravam perto do parque eólico Bald Hill, no sul da região de Gippsland, por exemplo, obtiveram compensação pela poluição sonora.

Em relação à falta de qualidade dos procedimentos, representantes das comunidades indígenas brasileiras reclamaram da avaliação insuficiente dos impactos da barragem de Belo Monte. E quanto à necessidade de reconhecimento, o conselho indígena da comunidade de Pira Paraná, na Colômbia, conseguiu argumentar que as empresas privadas e o Ministério do Meio Ambiente, que estavam implementando projetos de armazenamento de carbono florestal em suas terras, atropelaram seus direitos à autogestão. determinação. “À medida que a transição se acelera, estas disputas irão amplificar-se e diversificar-se”concluem os pesquisadores, prevendo um retaliaçãoisto é, um aumento do ressentimento contra a transição.

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