O estilista criou os novos trajes litúrgicos usados pelos padres, bispos e diáconos durante a reabertura da catedral, celebrada neste sábado, 7 de dezembro.
Ele experimentou isso como uma verdadeira “conquista”. De fato, Jean-Charles de Castelbajac foi convidado a criar os novos trajes litúrgicos para Notre-Dame de Paris, usados pelos homens da igreja durante a reabertura da catedral, neste sábado, 7 de dezembro. Quem sentiu uma “emoção terrível” quando o prédio pegou fogo em 2019 postou, no dia seguinte, o desenho do seu novo telhado de vitral. Sem imaginar que seria contactado para criar as cerca de 2.000 peças que adornarão os quase 1.500 bispos, padres e diáconos permanentes de Notre-Dame.
E a luz estava
Sua palavra de ordem? “Simplicidade, solenidade e modernidade”. Quem vestiu o Papa João Paulo II durante a Jornada Mundial da Juventude de 1997 desenhou, portanto, trajes com rajadas de veludo vermelho, azul, verde e amarelo em torno de uma grande cruz dourada, inspirada na do artista Marc Couturier, reunida sobre um gabardine de lã crua. O estilista optou assim pelos seus tons “preferidos”, que considerou “universais”, como declarou à AFP. Vermelho para o sangue de Cristo, azul para Maria, verde para esperança e amarelo para ouro, “síntese de tudo”. O resultado? Uma espécie de “Mondrian medieval”.
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“Não se tratava de fazer roupas de luxo, tratava-se de falar de ‘luxo’ (luz em latim, nota do editor)”, explicou o estilista à AFP. Antes de acrescentar: “Decidimos, com a diocese, que não haveria desenho e que eu faria um trabalho muito simples com enfeites que criassem proximidade”. Casulas “cavalheirescas”, que desenhou com a ajuda das melhores casas francesas de artesanato de luxo, como Lesage ou Maison Michel, agrupadas nas oficinas 19M em Paris, durante um ano e meio. “Hoje é quase mais rock’n’roll trabalhar para a Igreja do que estar com os Sex Pistols no Tâmisa em 77”, brincou Jean-Charles de Castelbajac nas colunas da AFP.