Num contexto geopolítico já tenso, a China acaba de lançar uma ofensiva regulatória contra a gigante americana Nvidia.
Estávamos esperando uma resposta, aqui está. A Administração Chinesa de Regulamentação do Mercado lançou uma investigação antimonopólio contra a gigante americana Nvidia.
Esta investigação, que visa especificamente alegadas violações de compromissos assumidos durante a aquisição da Mellanox Technologies em 2020, ocorre num contexto geopolítico particularmente tenso.
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As questões vão muito além do âmbito de uma simples investigação regulatória. A Nvidia, avaliada em mais de um trilhão de dólares, não é um player como qualquer outro: a empresa detém quase 90% do mercado de GPUs usadas para inteligência artificial, um monopólio de fato que preocupa Pequim.
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O momento desta investigação não é trivial. Isso acontece poucos dias depois de o governo Biden anunciar novas restrições à exportação de semicondutores para a China. Esta batalha regulamentar ilustra uma realidade mais profunda: a corrida pela supremacia tecnológica entre as duas principais potências mundiais.
Um arsenal regulatório
A China, que recentemente limitou as suas exportações de metais raros essenciais para o fabrico de semicondutores, possui um arsenal regulamentar substancial. O Reino Médio pode bloquear notavelmente o acesso da Nvidia ao seu imenso mercado interno.
À medida que se aproxima o regresso de Donald Trump à Casa Branca, previsto para janeiro de 2025, é pouco provável que as tensões diminuam. O antigo presidente norte-americano já anunciou a sua intenção de aumentar significativamente os direitos aduaneiros sobre as importações chinesas, o que levanta o espectro de uma nova guerra comercial.
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A ironia desta situação reside na interdependência dos dois países. A China precisa de chips Nvidia para desenvolver a sua indústria de IA, enquanto a gigante americana depende do mercado chinês para obter uma parte significativa das suas receitas. Esta investigação antimonopólio poderá, portanto, ter repercussões muito além das fronteiras chinesas.
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