Em pleno Inverno, o défice energético corre o risco de causar um choque inflacionista na Moldávia, o país mais pobre da Europa, e de reacender as tensões políticas no seio de uma população dividida entre apoiantes da integração na União Europeia (UE) e que apoia o regresso à Rússia órbita. A maioria dos 101 deputados do Parlamento moldavo votou na sexta-feira, 13 de dezembro, a favor do estado de emergência, que entrará em vigor em 16 de dezembro e durará sessenta dias.
Uma comissão especial tomará medidas, não especificadas nesta fase, para gerir o “riscos iminentes” caso Moscovo deixe de fornecer gás à central eléctrica de Kuchurgan, a maior do país, localizada na região separatista pró-Rússia da Transnístria. A gigante energética russa Gazprom fornece Kuchurgan, que cobre 75% das necessidades de eletricidade da Moldávia. A Transnístria, que se separou da Moldávia após uma curta guerra em 1992, também declarou estado de emergência esta semana caso a região não recebesse gás.
Moscovo justifica a redução drástica das suas entregas com uma dívida de 700 milhões de dólares que Chisinau se recusa a pagar. Esta dívida corresponde ao gás consumido na Transnístria, onde está estacionado um contingente do exército russo e onde o governo moldavo exige a sua saída.
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