Embora durante vários milhares de anos o ecossistema do Ártico tenha armazenado mais dióxido de carbono do que libertou, agora está a acontecer o oposto.
O anúncio foi feito pela NOAA há poucos dias no seu último relatório sobre o estado do Árctico: o Pólo Norte emite agora demasiados gases com efeito de estufa na atmosfera. Já se passaram 11 anos consecutivos que o Ártico aquece mais rapidamente do que a média global: até quatro vezes mais rápido do que o resto do Planeta.
Em 2024, a temperatura de um dos permafrosts mais valiosos do mundo, localizado no Alasca, atingirá o segundo nível mais alto já medido. Nesse mesmo ano, o transmissõestransmissões as emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos incêndios florestais no Árctico foram também as segundas mais elevadas já registadas.
A progressão da vegetação não é necessariamente uma boa notícia
Este aquecimento do Ártico tem duas consequências sobre a vegetação. Estimula o crescimento da vegetação da tundra (composta principalmente por musgomusgo e líquenes), o que à primeira vista pode parecer uma boa notícia: na verdade, mais plantas significa mais carbonocarbono sequestrados no solo, o que ajuda a mitigar o aquecimento global.
Mas nem tudo é tão simples: já, porque o permafrostpermafrost pano de fundo, e isso ferro fundidoferro fundido libera enormes quantidades de carbono e metano noararenquanto esses gases ficaram presos até agora. A progressão da vegetação não tem apenas consequências positivas: multiplicou-se o número de incêndios florestais, numa zona onde antes eram raros.
As consequências também são significativas para a vida selvagem: rebanhos de caribucaribu estão em constante declínio todos os anos. As populações indígenaindígena As zonas locais também são afectadas, nomeadamente por consequências inesperadas: a chuva que por vezes substitui a neve transforma-se em gelo quando atinge o solo, o que torna perigoso qualquer movimento nas zonas em causa.