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Entre a Polónia e a Ucrânia, uma falta de confiança que não diz o seu nome

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CARTA DE VARSÓVIA

Durante reunião entre o primeiro-ministro polonês Donald Tusk e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Lviv (Ucrânia), 17 de dezembro de 2024.

É um segredo aberto que é cada vez mais difícil de manter. As relações entre Varsóvia e Kiev, apesar da amizade demonstrada e do apoio infalível, são paradoxalmente cheias de mal-entendidos, incompreensões mútuas e desencantos. Os ossos da discórdia acumularam-se tanto ao longo dos anos que os interesses comuns dos dois países relativos à guerra actual e à situação geopolítica mal são suficientes para mascarar estas tensões diplomáticas latentes.

A serpente marinha deste desacordo continua a ser a questão da memória do massacre de Volhynia, uma vasta purga étnica perpetrada pelas milícias nacionalistas ucranianas entre 1942 e 1944 nesta região do noroeste da Ucrânia, território polaco no meio de duas guerras. Os ucranianos viviam lado a lado. Entre 80.000 e 100.000 civis polacos perderam a vida nestas purgas, o que levou a ações retaliatórias da resistência polaca contra cerca de 10.000 ucranianos, bem como a deslocações populacionais significativas.

A ferida deste trauma, tabu durante a era comunista, permanece viva na Polónia, enquanto na Ucrânia, a historiografia oficial refere-se a ele como uma “guerra polaco-ucraniana”, onde as falhas foram partilhadas e o número de vítimas simétricas. O impulso patriótico que acompanha a luta dos ucranianos contra o invasor russo também gerou uma política de glorificação dos líderes das milícias nacionalistas responsáveis ​​por estes abusos, como heróis da luta pela independência. Uma narração inaudível para Varsóvia.

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