Cparece tão distante… Como desejo aos franceses, em 31 de dezembro de 2023, Emmanuel Macron garantiu que 2024 seria “o ano da determinação, eficiência e resultados”. Que avaliação ele fará do ano que acaba de passar? Os Jogos Olímpicos e a reabertura de Notre-Dame de Paris, dois eventos globais que estabeleceram a vitória do voluntarismo político, são mérito do Presidente da República. Mas, por trás destas duas cidadelas, um campo de ruínas.
O ano de 2024 ficará para a história como um annus horribilis, sem dúvida um dos piores do Ve República: quatro chefes de governo diferentes num ano – a primeira vez desde 1934 -, governos confinados durante semanas aos “assuntos actuais”, processos paralisados, nenhum orçamento, uma série de leis pendentes no Parlamento, incluindo a lei de orientação agrícola e a que o fim da vida. Em suma, um país sem rumo e reduzido à imobilidade, por falta de maioria. Mesmo que o Eliseu tenha anunciado na noite de segunda-feira um novo governo dotado de personalidades experientes, mas que não beneficia de uma base mais ampla do que a de Michel Barnier, deposto três meses depois de ter sido nomeado.
Foi em Janeiro, na sequência de uma série de decisões tomadas na altura errada, que tudo começou a correr mal, num cenário de profunda incerteza sobre o rumo deste segundo mandato ao qual Emmanuel Macron não conseguiu dar qualquer sentido ao abster-se. da campanha em 2022. Ao decidir separar-se de Elisabeth Borne, quando nada o exigia, o presidente privou-se do precioso “cartão Matignon” para o dia seguinte ao Europeu. Ao se deparar com a pesada derrota de seu lado, ele teve que escolher outra carta (dissolução), causando explosões em cadeia. Não brincamos impunemente com a velha Constituição do General de Gaulle, que condicionou o imenso poder conferido ao executivo a um não menos grande sentido de responsabilidade e seriedade.
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