Uma entrevista recente concedida por Shuji Utsumi, CEO da Sega América e Europa, acabou com as esperanças de muitos jogadores nostálgicos: não haverá novos “mini” consoles retrô produzidos pela empresa. Longe de ser um simples capricho, esta decisão insere-se numa estratégia global da empresa que pretende reinventar-se e projectar-se no futuro, em vez de se fechar numa visão puramente nostálgica do seu passado.
O Mega Drive Mini e o Mega Drive Mini 2, lançados respectivamente em 2019 e 2022 no auge de moda do mini consoles retrô como o PC Engine Core Grafx mini, Neo Geo Mini e outros NES Mini Classic, permanecerão, portanto, os únicos consoles retrô da empresa (não, o Game Gear Micro não conta, não tendo sido distribuído fora do Japão); o Saturn e o Dreamcast nunca terão direito à sua versão em miniatura (pelo menos oficialmente). A empresa reconhece a importância do seu património histórico, mas prefere apostar na inovação e apelar aos players de hoje. Os primeiros fãs irão apreciar…
Um difícil equilíbrio entre património e inovação
Em vez de, Sega pretende capitalizar as suas licenças emblemáticas, como Sonic, Yakuza e Persona, mas também reviver títulos emblemáticos como Jet Set Radio, Crazy Taxi e Virtua Fighter. A empresa pretende assim explorar o seu rico catálogo, integrando ao mesmo tempo elementos modernos, até mesmo influências do hip-hop. Numa lógica de romper com o passado e projetar-se para o futuro, a empresa também deseja conectar os jogos com outras mídias, como o cinema, como evidenciam as ligações mais estreitas entre o novo filme Sonic the Hedgehog 3 e os jogos da franquia. A ambição da Sega é clara: não se trata de reproduzir o passado, mas de inspirar-se na sua herança para criar o futuro dos videojogos.
A estratégia da Sega resulta finalmente numa reorientação nas suas próprias capacidades de produção e num abandono gradual de atividades consideradas menos lucrativas ou menos estratégicas. Isto envolve nomeadamente a fusão da equipa de desenvolvimento dedicada às máquinas arcade com o grupo responsável pelo desenvolvimento de jogos para consolas e PC, uma decisão motivada pela constatação de que este mercado em declínio já não oferece um retorno de investimento suficiente. E se o verdadeiro motivo da ausência de um novo mini console retrô da Sega estivesse justamente na falta de lucratividade?
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Fonte :
Eurogamer