As costas do Peru e do Equador são atingidas há vários dias por uma onda invulgarmente violenta, com ondas com mais de quatro metros de altura, que deixou pelo menos um morto e levou ao encerramento da maioria dos portos peruanos.
Uma pessoa desaparecida na cidade costeira de Barbasquillo, no sudoeste do Equador, foi encontrada morta na manhã de sábado, informaram as autoridades, que ordenaram o encerramento preventivo das praias da cidade.
No Peru, 91 portos dos 121 do país foram fechados até 1º de janeiro e o acesso às praias está restrito, anunciou o Centro Nacional de Operações de Emergência (COEN) em sua conta X.
De acordo com o alerta divulgado sexta-feira por esta instituição, o fenómeno começou em 25 de dezembro, prolongar-se-á até 1 de janeiro e afetará gradualmente diferentes zonas do litoral norte, centro e sul do país.
As ondas atingem mais de quatro metros no Peru e mais de dois metros no Equador, segundo autoridades dos dois países.
A prefeitura de Callao, o maior porto do Peru localizado perto da capital Lima, proibiu o acesso a todas as praias localizadas em seu território e fechou a emblemática Praça Grau, à beira-mar, que está completamente inundada pelas ondas, segundo um jornalista da AFP em site.
– “Grande problema” –
“Há um grande problema. Estas ondas não são como as outras. E os mais afetados são os pescadores”, disse à AFPTV Roberto Carrillo Zavala, prefeito do distrito de La Cruz, no norte do país. de helicóptero com o ministro da Defesa peruano, Walter Astudillo Chavez.
As ondas danificaram dezenas de barcos de pesca artesanal e estabelecimentos comerciais localizados à beira-mar, segundo imagens divulgadas pela mídia. As ondas também causaram inundações em várias cidades costeiras, fazendo com que os moradores fugissem.
“Essa ondulação é gerada a milhares de quilômetros do Peru, em frente aos Estados Unidos (…) por um vento persistente na superfície do oceano que se aproxima de nossas costas”, explicou o Tenente Comandante Enrique Varea, chefe dos serviços hidrográficos e de navegação da Marinha do Peru, ao canal Canal N.
Segundo o Instituto Oceanográfico e Antártico da Marinha do Equador (Inocar), esse fenômeno natural que resulta em ondas “acima da média” são “movimentos de fundo que se caracterizam por ondas contínuas e duradouras, geradas por tempestades distantes que se movem ao longo o Oceano Pacífico até chegarem à nossa costa.
A mudança climática “está causando esse tipo de onda anormal”, disse à AFP Larry Linch, chefe da proteção civil do município de Callao, acrescentando que os fortes ventos empurrados em direção à costa peruana fizeram com que a maré subisse ainda mais na região.