Roménia e Bulgária tornaram-se quarta-feira 1er Janeiro, à meia-noite, hora local, para os membros de pleno direito da área de livre circulação Schengen. Cerimônias foram organizadas em diferentes pontos de passagem para celebrar a mudança.
Já com um pé na zona com o levantamento dos controlos em março de 2024 nos aeroportos e portos marítimos, os dois países receberam a aprovação dos seus parceiros europeus em meados de dezembro para beneficiarem dos mesmos privilégios nos postos fronteiriços terrestres.
De ambos os lados, os líderes saudaram um momento “histórico”enfatizando que se tratava de um “objetivo principal” “desde a sua entrada na União Europeia” em 2007. É “maior sucesso” de 2024, cumprimentou o primeiro-ministro romeno, Marcel Ciolacu, em seus desejos. E o fim de uma longa espera dos dois antigos países comunistas, entre os mais pobres da União Europeia (UE). Cumprem os critérios técnicos desde 2011, mas até agora enfrentaram objeções de outros Estados-Membros.
Criado em 1985, o espaço Schengen inclui agora 25 dos 27 países membros da UE, bem como os seus vizinhos associados, Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. Mais de 400 milhões de pessoas podem, em princípio, viajar sem serem sujeitas a controlos.
Benefícios econômicos significativos
Esta adesão plena da Roménia (19 milhões de habitantes) e da Bulgária (6,5 milhões) foi possível graças ao levantamento do veto da Áustria. Refratária desde 2022, Viena finalmente aceitou a entrada parcial de Sófia e Bucareste na primavera de 2024 e estabeleceu um roteiro para uma possível expansão.
O país alpino deplorou um afluxo de requerentes de asilo que se agravaria no caso de um alargamento de Schengen, mas acredita que as medidas implementadas nos últimos meses tornaram possível “uma redução massiva nas passagens”. Segundo acordo apresentado em novembro, serão realizados controles temporários “por um período inicial de seis meses, para minimizar a potencial mudança nas rotas migratórias”. A vigilância da fronteira entre a Bulgária e a Turquia, que se tornará a fronteira externa do espaço Schengen, também será reforçada.
Esperam-se benefícios económicos significativos, que provavelmente aumentarão o produto interno bruto (PIB) em pelo menos 1% em ambos os países, segundo estimativas. Na Bulgária, o mau estado das infra-estruturas deverá, no entanto, limitar o impacto positivo: estradas estreitas, auto-estradas muitas vezes mal conservadas, poucas pontes sobre o Danúbio que demarcam a fronteira com a Roménia, caminhos-de-ferro inexistentes ou em ruínas… Do lado do turismo, os intervenientes da indústria apostam num aumento do número de viajantes que viajam para a vizinha Grécia.