Vestida com uma longa saia floral, a cabeça coberta por um véu branco enfeitado com renda, Aynur (ela não quis informar o sobrenome) fica parada, perplexa, no meio da estrada. Residente de origem curda na região de Sanliurfa, no sudeste da Turquia, a avó levantou-se cedo para se juntar à manifestação planeada na cidade fronteiriça de Suruç na hora marcada. Mas o número de agentes da lei aumentou no local nos últimos dias, um cordão policial está bloqueando a estrada e impedindo neste momento o progresso da pequena procissão.
“Tenho três filhos, tinha medo que um dos meus filhos entrasse para a “organização” [les Unités de protection du peuple, YPG, le principal mouvement armé kurde syrien]. Mas no final das contas foi minha filha quem foi para Kobané em 2014”.confidencia Aynur, em voz baixa, apontando para a estrada à sua frente, que leva à fronteira com a Síria. “Eu sei que ela ainda está viva”ela quer acreditar, embora não tenha notícias dele há vários anos. Assim, quando soube que Kobané, cerca de dez quilómetros a sul, era palco de combates, juntou-se espontaneamente à mobilização pela paz do DEM, o Partido para a Igualdade e Democracia Popular (anteriormente HDP, uma formação turca pró-curda). esta quarta-feira, 25 de dezembro de 2024.
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