No início do Inverno, a situação na Faixa de Gaza, já catastrófica, continua a piorar. Além das mortes quase diárias de civis causadas pelos ataques aéreos israelenses, seis crianças morreram de frio nas últimas semanas, informou a BBC. De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), em Dezembro de 2024, apenas 70 camiões de ajuda humanitária conseguiam entrar diariamente no enclave palestiniano, povoado por mais de 2 milhões de habitantes. Antes do início da guerra, lançada em Outubro de 2023, em resposta ao ataque terrorista perpetrado pelo Hamas no sul de Israel, uma média de 500 camiões de mercadorias entravam em Gaza todos os dias. Em Novembro de 2024, o Tribunal Penal Internacional acusou o Estado Judeu de usar “a fome como meio de travar a guerra”.
Em resposta a estas críticas, o exército israelita convidou a imprensa internacional a visitar, quinta-feira, 19 de dezembro de 2024, o lado de Gaza do ponto de passagem de Kerem Shalom, principal ponto de entrada da ajuda humanitária, no sul do território. Além destas reportagens cuidadosamente supervisionadas, os meios de comunicação estrangeiros estão proibidos de entrar na faixa costeira. Nesta ocasião, comunicadores militares conduziram os repórteres a três grandes hangares onde estão armazenadas dezenas de paletes de ajuda humanitária. Sacos de farinha, cobertores, latas de lentilhas e até algumas cadeiras de rodas, que poderiam encher “cem caminhões” e não teria se movido “durante meses”assegura David Baruch, um dos porta-vozes do exército israelita, durante a conferência de imprensa organizada em Kerem Shalom.
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