Porsche leva a melhor ideia da Tesla para suas baterias de carros elétricos

Diante do atraso do grupo Volkswagen em quase todos os canais que dizem respeito a um veículo elétrico, a começar pela parte de software e bateria, o grupo e as marcas estão formando parcerias para acelerar o desenvolvimento dos seus futuros automóveis.

Por exemplo, vimos a Volkswagen se associar à start-up americana Rivian para a parte de software, o ponto negro do grupo hoje, enquanto a Audi trabalha com a SAIC na China e a Volkswagen com a XPeng no mesmo país.

Porsche tem mais de uma corda em seu arco

A Porsche tem a particularidade dentro do grupo Volkswagen de ter uma certa “independência”, da mesma forma que a Lamborghini ou mesmo a Bentley. Mesmo que o Taycan seja primo técnico do Audi e-tron GT e do Macan do Q6 e-tron, a Porsche também está trabalhando no desenvolvimento de suas próprias baterias.

A marca lançou em 2021 um projeto para desenvolver baterias próprias para carros elétricos, com a criação da sua subsidiária Cellforce. O problema é que este último atrasou bastante, embora fosse suposto produzir acumuladores em grandes séries desde o ano passado. No entanto, a fábrica, que deveria estar localizada no sudoeste da Alemanha, e mais precisamente em Baden-Württemberg, ainda não foi iniciada. Verdade seja dita, o local exato ainda nem foi decidido pela empresa.

Há muitas questões em jogo para a Porsche, que também está considerando se instalar nos Estados Unidos, para que seus carros elétricos possam se beneficiar do IRA (Lei de Redução da Inflação) e do crédito fiscal de US$ 7.500.

Entretanto, a empresa alemã deverá, portanto, avançar e passará por um prestador de serviços “externo”. Bem, “externo”, não exatamente, já que A Porsche adquiriu uma participação no especialista em baterias na Europa, nomeadamente Vartae mais particularmente a sua subsidiária V4Drive.

Quais são as vantagens das células cilíndricas?

Não demorou muito para que isso desse frutos, porque a Porsche acaba de mudar para células cilíndricas, produzidas pela Varta e na Alemanha. O resto do sistema de baterias é então montado, testado e aprovado em Zagreb, Jankomir, na fábrica da Rimac Automobili.

Se a Porsche usa células “bolsa” (uma espécie de bolsas planas e finas) em seus carros elétricos atuais, as primeiras células cilíndricas da Porsche apareceram no novo 911 T-Hybrid. A marca optou por uma bateria de 2 kWh com 2170 células cilíndricas (entenda 21 mm de diâmetro por 70 mm de comprimento).

As células cilíndricas são cada vez mais utilizadas em baterias de veículos elétricos devido à seu baixo custo de produção, sua confiabilidade e sua facilidade de fabricação. A sua forma padronizada (formatos como 1865, 2170 ou 4680) permite a produção em massa automatizada, garantindo elevada qualidade e flexibilidade de fornecimento.

São robustos, resistem bem aos choques e possuem mecanismos de segurança integrados (discos de ruptura, válvulas), o que os torna seguros e duráveis. O seu pequeno tamanho facilita a gestão térmica eficiente e permite que o design modular dos packs se adapte às necessidades específicas do veículo.

Seu design cilíndrico promove dissipação uniforme de calor, prolongando assim a vida útil da bateria. Avanços contínuos na química e nos formatos, como as novas células 4680 da Tesla, estão a aumentar a sua densidade energética e a reduzir custos. Embora possam ter uma densidade volumétrica ligeiramente inferior às células prismáticas, a sua robustez, flexibilidade e fiabilidade tornam-nas numa solução cada vez mais preferida para veículos eléctricos.

A outra vantagem para a Porsche é que isto lhes permitirá reduzir a sua dependência dos fornecedores chineses, enquanto o fabricante colabora em particular com a gigante CATL para os seus modelos atuais.