Zaki Laïdi, professor de relações internacionais na Sciences Po, foi, entre 2020 e 2024, conselheiro especial de Josep Borrell, alto representante da União Europeia (UE) para os negócios estrangeiros e a política de segurança. Está a preparar um livro sobre o impacto global da guerra na Ucrânia.
No dia 20 de janeiro, Donald Trump retornará à Casa Branca. Quais serão as consequências para a Ucrânia?
Donald Trump vê o mundo como um playground para incorporadores imobiliários. O seu regresso afastar-nos-á um pouco mais de um mundo multilateral regido por regras para um universo transacional feito de acordos, por vezes sórdidos, muitas vezes imprevisíveis. Trump, tal como Vladimir Putin, acredita que a vocação dos fortes é devorar os fracos. Por si só, a ideia de a Ucrânia estar na órbita russa não o incomoda. Ele mesmo fala em comprar a Groenlândia, absorver o Canadá e recuperar o Canal do Panamá! A sua retórica serve o Kremlin, tal como pode servir as opiniões de Pequim sobre Taiwan. Trump acredita fundamentalmente na força. Ele zomba daqueles que queriam fazer acreditar que a competição entre Estados era uma coisa antiga do século XIX.e século.
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