Tetinebefou era “reitor dos médicos do palácio”, chefe dos dentistas, mágico da deusa escorpião Serqèt, diretor de plantas medicinais. Viveu há mais de quatro mil anos no Egito, em Saqqara, sob o reinado de um soberano desconhecido, sucessor do rei Pepi Ier (VIe dinastia, 2350 a.C.).
O seu túmulo multicolorido foi descoberto em dezembro de 2024, nos limites do seu complexo funerário, pela missão arqueológica franco-suíça de Saqqara. O egiptólogo Philippe Collombert (Universidade de Genebra), codiretor desta última, evoca uma descoberta “que não vai revolucionar a disciplina”mas que vale, segundo ele, “pela sua dimensão estética e ilustração da cultura material deste período”.
Para falar a verdade, foi um personagem mais ilustre quem colocou os egiptólogos no caminho de Tetinebefou. Este é Ouni, que foi grão-vizir de Pepi Iere cuja autobiografia nos é conhecida desde o século XIXe século graças a uma estela gravada que adornava o seu túmulo em Abidos, 400 quilómetros a sul de Saqqara, para onde o soberano o enviara. A missão franco-suíça descobriu blocos de calcário em Saqqara contendo uma cópia desta autobiografia, sugerindo que o clarividente Ouni tinha dois túmulos preparados para a sua viagem ao além.
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