Um único foguete para duas missões lunares: os aparelhos de duas empresas privadas, uma americana e outra japonesa, devem voar até a Lua na quarta-feira, uma nova ilustração da crescente importância que o setor privado assume na exploração espacial.
As duas espaçonaves, carregadas de instrumentos científicos, serão enviadas ao espaço por um foguete Falcon 9 da empresa americana do bilionário Elon Musk, a SpaceX.
Este último deve decolar na quarta-feira às 1h11, horário local (06h11 GMT), do Centro Espacial Kennedy, na costa leste americana.
A bordo estão o robô espacial Blue Ghost, desenvolvido pela empresa Firefly Aerospace em nome da Agência Espacial Americana, NASA, e o robô Resilience da empresa japonesa ispace.
Ambos esperam reproduzir o feito alcançado pela empresa americana Intuitive Machines, que conseguiu pousar uma espaçonave na superfície lunar no início de 2024, uma inovação mundial para uma empresa privada.
Até então, esta manobra perigosa só tinha sido bem sucedida por um punhado de países, começando pela União Soviética em 1966.
Esta será a primeira tentativa da Firefly Aerospace e a segunda da ispace, cuja aeronave não conseguiu pousar suavemente em 2023.
– Conheça a superfície lunar –
![Fotografia da empresa japonesa ispace mostrando sua espaçonave Resilience (ispace, inc./AFP - HANDOUT)](https://www.sciencesetavenir.fr/assets/afp/2025/01/15/b8f2ea7a85d7975199c1af47f8021bda7f67416b.jpg)
O robô espacial americano Blue Ghost passará aproximadamente 45 dias em trânsito até a Lua e será carregado com dez instrumentos científicos da NASA.
Quanto ao Resilience, levará entre quatro e cinco meses para chegar à estrela e levará, entre outras coisas, um rover, instrumentos científicos desenvolvidos por outras empresas e uma maquete de casa criada pelo artista sueco, Mikael Genberg.
O objetivo declarado do ispace é realizar demonstrações tecnológicas de vários destes instrumentos na Lua.
Do lado americano, a NASA planeia realizar “investigações científicas muito diversas” usando o Blue Ghost, que vão desde “a compreensão da poeira lunar até à caracterização da estrutura e propriedades térmicas do interior da Lua”, explicou Maria Banks, cientista sénior da NASA. a agência.
Por exemplo, a NASA planeia perfurar o solo lunar e testar tecnologias destinadas a melhorar a navegação, com o objetivo de aprofundar o seu conhecimento da Lua e ajudar a preparar “futuras missões humanas”.
Os Estados Unidos pretendem enviar astronautas de volta para lá em breve. Depois de vários adiamentos, a NASA conta agora com um regresso até “meados de 2027”.
– Privatização –
Embora não sejam as primeiras, a Firefly Aerospace e a ispace procuram consolidar o seu lugar neste mercado em expansão, com o aumento dos voos para a Lua, tanto de governos como de empresas privadas.
“Cada marco alcançado fornecerá dados valiosos para missões futuras e permitirá que os Estados Unidos e seus parceiros internacionais permaneçam na vanguarda da exploração espacial”, assegurou Jason Kim, chefe da Firefly Aerospace.
Há vários anos, a NASA optou por confiar a empresas privadas, incluindo esta empresa texana, o envio de equipamentos e tecnologias para a Lua – um programa denominado CLPS que visa reduzir os custos das missões.
Este é o terceiro lançamento realizado no âmbito deste programa, tendo a primeira missão falhado e a segunda realizada pela Intuitive Machines, tendo conseguido aterrar, mas de um ângulo mau.
A sua sonda Odysseus aproximou-se da superfície lunar demasiado rapidamente durante a sua descida e quebrou pelo menos uma das suas seis pernas.