A ‘ocupação’ israelense e as operações militares no sul do Líbano devem acabar, diz chefe da ONU
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse sexta-feira, do sul do Líbano, que“ocupação” por Israel desta região e as suas operações militares deveriam “cessar”quase dois meses após a trégua que pôs fim à guerra com o Hezbollah.
“A continuação da ocupação pelo exército israelita na área de operações da força de paz da ONU no Líbano (UNIFIL) e a condução de operações militares em território libanês constituem violações da resolução 1701 (…), devem parar”declarou Guterres. O chefe da ONU fez as observações na sede da UNIFIL em Naqoura, sul do Líbano.
A Resolução 1701 pôs fim a uma guerra anterior, em 2006, entre Israel e o Hezbollah, e estipula que apenas o exército libanês e a UNIFIL deveriam ser destacados para o sul do Líbano. António Guterres revelou que as forças de manutenção da paz descobriram “mais de 100 esconderijos de armas pertencentes ao Hezbollah pró-iraniano ou outros grupos armados desde 27 de novembro”o dia em que a trégua entrou em vigor.
A sua visita ocorre num momento em que se aproxima o prazo para a plena implementação do acordo de cessar-fogo, ao abrigo do qual o exército libanês deve posicionar-se ao lado das forças de manutenção da paz no sul, pelo que o exército israelita deve retirar-se durante um período de 60 dias, até 26 de Janeiro.
O Hezbollah deve retirar as suas forças a norte do rio Litani, a aproximadamente 30 quilómetros da fronteira entre o Líbano e Israel, e desmantelar qualquer infra-estrutura militar remanescente no sul do país. Foi criado um mecanismo de monitorização da trégua que reúne a França, os Estados Unidos, o Líbano, Israel e a UNIFIL para monitorizar a aplicação deste acordo.
