Os dois helicópteros da Força Aérea pousaram perto da mina Loulo-Gounkoto, no sudoeste do Mali, na madrugada de sábado, 11 de janeiro. A bordo, cerca de vinte soldados armados. Chegaram a apreender três toneladas de ouro por ordem da justiça do Mali, num litígio fiscal com a empresa canadiana Barrick Gold, que explora o local desde 2018. É uma das maiores jazidas de ouro de África e do maior do país: em 2023, a mina Loulo-Gounkoto produziu 19 toneladas de ouro, ou quase um terço da produção total do Mali, estimada em 65 toneladas.
Esta apreensão é a primeira. Nas suas relações por vezes tumultuadas com empresas mineiras estrangeiras, as autoridades malianas, civis ou militares, nunca fizeram tal gesto. Na mesma noite, o ouro apreendido, no valor de 250 milhões de dólares (mais de 240 milhões de euros), foi transferido para o Banco de Solidariedade do Mali (BMS), um estabelecimento estatal, em Bamako. Para os gestores da Barrick Gold, esta nova medida retaliatória é demais: no processo, anunciaram a suspensão das suas operações em Loulo-Gounkoto, colocando os seus 8.000 funcionários locais e prestadores de serviços em desemprego técnico.
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