É um problema global do qual quase ninguém fala: até 2050, serão construídos 25 milhões de quilómetros de estradas em todo o mundo, segundo as Nações Unidas. E isto, à custa da biodiversidade.
Lá construçãoconstrução as estradas estão a progredir, muitas vezes de forma anárquica, em cada continente. Desde 2010 e até 2050, serão construídos 25 milhões de quilómetros de estradas adicionais: isto representa mais de 30 vezes a distância da Terra àLuaLua.
Nos últimos anos, a Ásia registou a maior taxa de investimento em infra-estruturas rodoviárias.
Uma ameaça à biodiversidade e às populações humanas
No continente asiático, rico em espécies animais e vegetais, a construção de estradas está em explosão, inclusive nas áreas mais selvagens: florestas tropicais, montanhas anteriormente isoladas, zonas húmidas, estepes… Estes milhões de quilómetros de estradas, combinados com novas ferrovias, canais e cercas, fragmentam o habitat natural. Muitas espécies já não conseguem migrar e as suas fontes de alimento estão fechadas. É o caso dos elefantes, dos orangotangos, leopardosleopardos ou mesmo tigrestigres.
O problema afeta não apenas os animais selvagens, mas também os humanos. Ao exterminar certas espécies animais, as populações locais, que dependem delas para alimentação ou comércio, também são afetadas.
Rumo a estradas mais ecológicas e menos mortais para a vida selvagem
Embora seja impensável contrariar o desenvolvimento de certos países, é possível fazê-lo de uma forma mais ecológica. É por isso que o Departamento de Biodiversidade das Nações Unidas lançou o projeto ALIGN (Infraestrutura Linear da Ásia SafeGuarding Nature) em parceria com o WWFWWF. Países como a Índia, a Mongólia e o Nepal já estão a receber ajuda para continuarem a desenvolver as suas infraestruturas, tendo simultaneamente em conta a natureza.
As Nações Unidas estão ajudando o Nepal a construir estradas para manter a vida selvagem em movimento. © Centro para Conservação de Grandes Paisagens
Nas estradas mais recentes foram criadas zonas de passagem de vida selvagem, o que facilita a migração e evita colisões com veículos. Um exemplo ainda muito pouco seguido no mundo, e particularmente na Europa.