A opinião do “mundo” – por que não
Quem entre nós gosta de olhar a morte na cara? Dois anos atrás, o filósofo Régis Debray e o médico especializado em cuidados paliativos Claude Grange tentados em conjunto em um breve teste, O último suspiro (Gallimard, 2023), o segundo entregando sua experiência, a primeira reflexão sobre o relacionamento contemporâneo com a morte, evitou. O diretor Costa-Gavras, 91, é inspirado em seu livro para abordar, por sua vez, sobre esse assunto final, cujo interesse ele compartilha com seus ancestrais distantes, Platão e Marc Aurèle.
Ainda é preciso coragem louvável, como o sujeito, que também está ligado, não está entre os principais motivos da sedução específica do espetáculo cinematográfico. Cada um dos dois grandes gêneros tem algumas obras raras nessa área, seja Sétima Seal (Ingmar Bergman, 1957) para ficção ou Quase morte (Frederick Wiseman, 1989) para o documentário.
A primeira dificuldade, aqui, consistirá em mover a natureza discursiva do teste inicial em direção a algo incorporado, mesmo em direção a um enredo em boa e devida forma. Costa-Gavras, portanto, imaginou outra mola que a de conivência intelectual para trazer seus dois personagens principais para se encontrar. Denis Podalydès, o escritor, entra no filme sob o sinal de preocupação pessoal ao mesmo tempo que sob as prateleiras de um scanner. Isso revela uma mancha suspeita, que deve ser monitorada para avaliar seu grau de perigosidade.
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