
A Berlinale acaba de atravessar o curso decisivo do primeiro fim de semana, durante o qual a seleção revelou suas cores, sem nenhum filme em The Running ainda destacado do Peloton. Entre os trabalhos em competição pelo Urso Dourado, no entanto, está uma clara desconfiança da narração linear, a favor de histórias dispersas ou de Trompe-L’oeil, formas elíticas ou tomados em espelhos.
O mexicano Michel Franco, querido de festivais, apresentou Sonhosseu nono filme, que confirma, depois Memória (2023), sua colaboração com Jessica Chastain. Deve -se reconhecer que a atriz americana deu uma nova respiração a este trabalho sob influência hanekiana, temperando seu acesso à brutalidade. Este novo filme examina a ligação conturbada entre um rico patrono de São Francisco (Chastain, em um impressionante desfile de alta costura, esculpindo seu personagem como uma elite superficial) e um jovem dançarino de balé mexicano (Isaac Hernandez), clandestinamente emigrante. O estadiamento lacônico – planos fixos e copos líquidos – cavam tesouros de ambiguidade nos interstícios dessa paixão venenosa, onde motivos de desejo e interesse são misturados. Franco, que mantém uma fronteira invisível de fronteira (classe, nacional, nacional) entre amantes, infelizmente não resiste ao fim do filme, desnecessariamente sujando sua heroína.
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