TORONTO – Um legislador da oposição canadense juntou-se ao Partido Liberal, do governo do primeiro-ministro Mark Carney, na terça-feira, um golpe político no dia em que o governo anunciou seu orçamento para o ano.
Chris d’Entremont, um membro do Parlamento da Nova Escócia, disse num comunicado que se vai juntar ao grupo governamental porque partilha as prioridades económicas de Carney.
“O primeiro-ministro Mark Carney está a oferecer esse caminho com um novo orçamento que atinge as prioridades que mais ouvi durante a minha viagem, para construir infraestruturas comunitárias fortes e desenvolver uma economia mais forte”, disse d’Entremont num comunicado.
“Todos os canadianos sabem que o momento que enfrentamos hoje exige que todos nós lideremos – não com queixas, mas com confiança num futuro forte.”
A medida coloca os liberais a dois assentos de um governo de maioria e sendo capazes de aprovar o seu orçamento sem o apoio da oposição.
A deserção é um golpe para o líder conservador Pierre Poilievre, que enfrenta uma votação de revisão da liderança em Janeiro.
“Esta é uma grande vitória para o primeiro-ministro Carney e para os liberais”, disse Daniel Béland, professor de ciências políticas na Universidade McGill, em Montreal.
“Esta é uma má notícia para Pierre Poilievre devido ao momento desta passagem, menos de três meses antes da sua revisão formal de liderança, e ao facto de um número significativo de membros conservadores ideologicamente moderados do parlamento estarem insatisfeitos com a sua liderança. Esta saída pode encorajá-los.”
O orçamento – cujo título retoma o slogan eleitoral de Carney “Canadá Forte” – inclui quase 90 mil milhões de dólares canadianos (64 mil milhões de dólares) em novas rubricas de despesas líquidas ao longo de cinco anos. A maior parte dos gastos visa reforçar a economia do Canadá e garantir a sua soberania em resposta às políticas protecionistas do presidente dos EUA, Donald Trump.
“A ordem internacional baseada em regras e o sistema comercial que impulsionou a prosperidade do Canadá durante décadas estão a ser remodelados – ameaçando a nossa soberania, a nossa prosperidade e os nossos valores”, disse o Ministro das Finanças, François-Philippe Champagne.