BOGOTÁ, Colômbia – Um irmão do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe foi condenado terça-feira a 28 anos de prisão por seu suposto papel em um grupo paramilitar ilegal ligado a centenas de assassinatos durante o auge da guerra civil na Colômbia.

Os promotores disseram que na década de 1990 Santiago Uribe apoiou um grupo conhecido como Os 12 Apóstolos, que está ligado a pelo menos 300 assassinatos e dezenas de desaparecimentos forçados.

O grupo foi criado para proteger os fazendeiros da província colombiana de Antioquia dos ataques de guerrilheiros de esquerda que sequestraram e extorquiram proprietários de empresas, incluindo o pai de Uribe, que foi assassinado em 1983 durante uma tentativa fracassada de sequestro.

Santiago Uribe, hoje com 68 anos e criador de cavalos, negou ligações com organizações criminosas.

Na terça-feira, ele foi considerado culpado de assassinato e conspiração agravada por um painel de três juízes em sua província natal, Antioquia. Sua defesa disse que apelará da decisão na Suprema Corte da Colômbia.

A decisão surge poucas semanas depois de um tribunal de Bogotá ter anulado a sentença de 12 anos de prisão contra o ex-presidente Uribe.

O líder conservador foi condenado em agosto por suborno e adulteração de testemunhas por um juiz em Bogotá, depois de um senador ter acusado Uribe de tentar desvirtuar testemunhas que colaboraram numa investigação sobre as suas alegadas ligações com grupos paramilitares. Em Outubro, um tribunal de recurso afirmou que as provas utilizadas no julgamento inicial contra Uribe eram inconclusivas e que a sentença contra ele se baseava em premissas vagas. O senador Iván Cepeda, o legislador que liderou a investigação contra Uribe, interpôs recurso junto ao Supremo Tribunal da Colômbia.

Uribe governou a Colômbia entre 2002 e 2010. Durante a sua administração, a Colômbia fortaleceu os laços militares com os Estados Unidos e o exército do país obteve vitórias críticas contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, ou FARC, nas quais vários dos líderes do grupo foram mortos. Após uma série de pesadas derrotas, os rebeldes iniciaram conversações de paz que terminaram com o desarmamento do grupo em 2016.

Os apoiantes de Uribe atribuem ao antigo presidente a melhoria da segurança na Colômbia, enquanto os críticos dizem que ele fez vista grossa aos abusos dos direitos humanos, que incluíram alianças entre militares e esquadrões da morte de direita.

Uribe disse terça-feira na plataforma de mídia social X que “lamenta profundamente” a sentença de seu irmão. “Que Deus nos ajude”, escreveu Uribe.

O ex-presidente é hoje um dos principais líderes do movimento conservador da Colômbia e um dos críticos mais veementes do atual presidente do país, Gustavo Petro.

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