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esta marca de carros elétricos declara falência

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Sete anos após a sua criação, a startup de carros elétricos Canoo está desistindo.

Um novo choque está abalando o setor de carros elétricos: a Canoo, startup americana fundada há sete anos, anunciou sua falência.

Com US$ 164 milhões em passivos e apenas US$ 126 milhões em ativos, a empresa se junta à crescente lista de startups do setor que não conseguiram sobreviver à realidade do mercado.

Tudo começou bem

Tudo começou bem para Canoo. Nascida das cinzas do Faraday Future em 2017, a startup conseguiu seduzir investidores com a sua plataforma modular e a sua visão de mobilidade elétrica redesenhada. Seus carros não pareciam carros “clássicos”.

Sua tecnologia era até promissora o suficiente para atrair a atenção da Apple, gigante da tecnologia que então procurava parceiros para seu projeto de carro elétrico.

Para ir mais longe
Esta é a aparência do carro elétrico da Apple

Mas a história de Canoo ilustra perfeitamente a lacuna que pode existir entre a inovação tecnológica e a viabilidade comercial. Apesar dos contratos promissores com o Walmart e até com a NASA, a empresa nunca conseguiu transformar seus protótipos em produção em massa lucrativa.

O “Veículo de Estilo de Vida” de Canoo foi A proposta disruptiva do mercado. Canoo projetou uma plataforma modular. A técnica? Bateria de 80 kWh com 400 km de autonomia (ciclo EPA) e motor de 350 cv.

Mas a verdadeira revolução foi a sua arquitetura “cabine avançada” e a sua direção por fio (como o Cybertruck) – sem mais coluna de direção mecânica! O resultado: o espaço de um grande SUV no tamanho de um compacto.

No interior, acabaram-se os códigos tradicionais: um lounge modular e um cockpit gerido por tablet. Inovações que, infelizmente, não foram suficientes para convencer o mercado.

Uma reorientação estratégica

Não podemos dizer que Canoo não tenha tentado diversas estratégias. Houve até uma mudança de rumo com a chegada de Tony Aquila, um renomado empresário.

A reorientação estratégica para frotas comerciais, em detrimento dos indivíduos, não foi suficiente para corrigir a situação. Ainda mais preocupante, houve muitas práticas de gestão questionáveis, como gastos excessivos em jactos privados e aluguer de escritórios da própria empresa de Tony Aquila, o que ajudou a enfraquecer ainda mais a empresa.

Este está longe de ser um caso isolado: Fisker, Lordstown Motors, Proterra e outras sofreram destinos semelhantes. O modelo SPAC (Special Purpose Acquisition Company), que permitiu a rápida abertura de capital destas empresas, mostra hoje os seus limites.

O SPAC é um pouco como um atalho do mercado de ações. Em vez de passar pelo tradicional, longo e complexo processo de IPO, uma empresa se funde com uma empresa já listada, criada exclusivamente para esta operação. Simples e rápido no papel? Sim, mas essa facilidade tem um preço.

Canoo é o exemplo perfeito: a fusão com a Hennessy Capital permitiu-lhe embolsar 600 milhões de dólares em 2020, mas estes ganhos financeiros inesperados podem ter mascarado fraquezas estruturais que o processo mais rigoroso de uma IPO tradicional poderia ter trazido à luz.

Esta falência talvez marque o fim de uma era em que as startups podiam angariar centenas de milhões de dólares com a simples promessa de uma revolução eléctrica. A indústria automóvel parece estar a entrar numa fase de consolidação, onde apenas os intervenientes mais fortes conseguirão sobreviver.


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