Donald Tusk, o Primeiro-Ministro polaco, confirmou no dia 18 de Dezembro, em Conselho de Ministros, que dois grupos privados de televisão, TVN e Polsat, tinham acabado de ser colocados em “a lista de empresas estratégicas”. Este novo regulamento significa que a partir da sua entrada em vigor, em 1er Janeiro de 2025, a aquisição destes canais, os mais influentes do país, não pode ser feita sem o consentimento do governo. Uma forma de evitar que potenciais compradores ameacem os interesses nacionais.
“Eu sei que isso não vai agradar a todos. (…)mas o PiS [parti Droit et justice, dans l’opposition depuis 2023] também não gostaria que os meios de comunicação, os operadores de telecomunicações ou as empresas de energia se encontrassem um dia nas mãos daqueles que são hostis ao Estado polaco”.Donald Tusk justificou-se, evocando novamente “uma guerra híbrida”, contra os interesses da Polónia.
O contexto romeno, recordado pelo Primeiro-Ministro, desempenhou um papel particular na tomada desta decisão. Na Roménia, Calin Georgescu, um candidato pró-Rússia pouco conhecido, foi levado à segunda volta das eleições presidenciais de Novembro, graças a várias operações de influência na rede social TikTok. O Tribunal Constitucional Romeno acabou por anular a votação. O cenário assombra a Polónia, que também teme a interferência do Kremlin durante as eleições presidenciais de maio de 2025. O governo Tusk, que espera pôr fim à tempestuosa coabitação, aliás só pode permitir que a TVN, que lhe é favorável, caia em mãos vinculados direta ou indiretamente ao PiS.
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