No início de 2024, Emmanuel Macron anunciou um grande plano contra a infertilidade: ele não se tornou realidade. O governo agora quer aproveitar os temas do envelhecimento e da taxa de natalidade simultaneamente, por risco, segundo especialistas, para misturar gêneros.
A infertilidade é o “tabu do século”, disse em janeiro de 2024 o presidente da República, anunciando “um ótimo plano para combater esse flagelo”.
Objetivo: reduzir a extensão de um fenômeno que afeta mais de três milhões de franceses. Um em cada quatro casal, de fato, tenta sem sucesso ter um filho por mais de um ano.
No entanto, o anúncio presidencial dificilmente foi seguido por efeitos.
Um relatório encomendado pelo executivo e enviado em 2022 inspirou amplamente a idéia de um plano contra a infertilidade.
Os programas de pesquisa foram lançados, por exemplo, para melhorar a eficiência de procriações assistidas médicas (PMA), mas a infertilidade não foi objeto de nenhuma campanha ou medida concreta com o público em geral.
Algumas faixas, inspiradas no relatório, são certamente estudadas pela Alta Autoridade para Saúde (HAS): uma consulta especializada de 29 anos para mulheres e homens e outra consulta 100 dias antes de um casal lançar o design de uma criança.
Mas “para todo o resto, eu mentiria para você dizendo que avançamos em algo concreto”, admite o professor Samir Hamamah, especialista reprodutivo e co-autor do relatório à AFP.
Algumas lacunas parecem flagrantes para o especialista.
Por que não informar melhor sobre a queda na fertilidade após 25 anos, quando as dificuldades na concepção estão frequentemente ligadas a tentativas tardias?
“Os franceses devem saber que sua fertilidade cai com a idade”, insiste o Sr. Hamamah.
O assunto não está completamente ausente da agenda do governo. Nesta sexta -feira, a ministra Catherine Vautrin, cujo amplo portfólio inclui saúde, liderou uma viagem dedicada à infertilidade ao Hospital Parisiense Tenon.
– “Questões diferentes” –
Esta visita não foi a ocasião para anúncios de concreto. O ministro, que mencionou um “plano demográfico de 2050” há algumas semanas, reiterou seu desejo de passar por uma abordagem global que leva em consideração os desafios de nascimento e envelhecimento em suas múltiplas ramificações.
“A idéia é realmente levar todos os assuntos”, também “a acomodação”, a “deficiência”, “os assuntos de acesso aos cuidados” ou “comida”, ela listou, prometendo um “roteiro” para os próximos meses.
“Não haverá apenas coisas em torno da infertilidade, mas (também) abordagens globais”, garantiu a Sra. Vautrin, admitindo que a implantação do plano não havia sido ajudada por instabilidade política e mudanças frequentes por um ano.
![A ministra da Saúde Catherine Vautrin, que mencionou um](https://www.sciencesetavenir.fr/assets/afp/2025/02/07/f1b914236b1958eb92db37a4c0dafb319448138f.jpg)
Essa abordagem global desperta grande desconfiança de especialistas e associações de pacientes, que temem uma mistura de gêneros que possam tornar a questão da infertilidade inaudível.
“Isso nos colocará nas rodas”, medos, com AFP, Virginie Rio, presidente do The BAMP Collective, que reúne pacientes de assistência médica a procriação e pessoas inférteis.
“Vamos misturar assuntos talvez vinculados, mas que tenham desafios e objetivos diferentes”, diz ela.
Um arrependimento retorna em seus comentários, como nos do Sr. Hamamah: o Sr. Macron não deveria ter vinculado o anúncio do plano de infertilidade ao desejo de uma “redefinição demográfica”, correndo o risco de emprestar o flanco às acusações de natical ideologia.
Ao combinar a infertilidade e a demografia novamente, “teremos uma reação de pessoas que não querem filhos, muito mais audíveis que as pessoas inférteis”, lamenta a Sra. Rio. “É invisível as necessidades relacionadas à infertilidade, o que já é um assunto difícil de fazer existir na sociedade”.